O ano era 1977 e dois empresários bem sucedidos no Rio Grande do Sul foram convidados a conhecer o cerrado brasileiro: Sr. Roland e Sr. Helmuth Petroll. Vieram a convite de um compadre, que havia adquirido email gleba na região. A proximidade da capital federal, que crescia, e os preços atrativos das terras, tornavam o negócio interessante. Em setembro de 1977, os dois irmãos adquiriram a primeira gleba de terra bruta (somente com vegetação nativa, sem benfeitorias), e nos anos seguintes adquiriram mais. No fim, tinham mais de 5 mil hectares contíguos. O Brasil era um grande importador de alimentos e a região era muito pobre, com analfabetismo na ordem de 39% da população adulta, o que tornava o novo negócio um grande desafio. A região era considerada imprópria para Agricultura devido ao baixo volume de chuvas (menos de 1.000mm por ano), somada às terras de baixa fertilidade natural. Somente os “loucos” vinham plantar aqui; tanto que o projeto de colonização agrícola da região – PRODECER – era basicamente formado por agricultores de outras regiões ou outros países (Holanda e Japão) que acreditaram que a região seria uma fronteira agrícola.

Outro desafio muito grande era a questão de energia elétrica; tornava-se necessário investir praticamente o valor da terra para se puxar redes de energia para abastecer a fazenda; redes estas que depois de feitas, tinham que ser “doadas” para a empresa elétrica CEMIG.

Em 1982 os dois irmãos decidiram formar uma empresa independente do grupo gaúcho. Foi fundada a Agropel Agropecuária Petroll Ltda. em 27/08/1982, que primeiramente foi conduzida por uma equipe escolhida pelos fundadores. Em 1987, a filha do sra. Roland, Rowena, zootecnista com experiência acadêmica, passou a residir e trabalhar na fazenda, juntamente com o marido, veterinário e com larga experiência rural.

Os anos que se sucederam foram de muito aprendizado com a agricultura tropical. A Embrapa foi fundamental para dar suporte técnico ao empreendimento. O crescimento foi inicialmente lento, pois a fazenda requeria grande investimento em infraestrutura e o acesso a crédito era muito limitado. Sob a gestão de Rowena, foram construídos silos, cochos para alimentação de gado, currais, cercas, estradas, entre outras muitas melhorias.

A qualidade do gado foi significativamente melhorada, de forma a ter um rebanho totalmente nelore.

Na década de 2000, a empresa passou a ser detida pelos netos dos patriarcas. A grande virada da empresa aconteceu no ano de 2015, quando foi idealizado um plano de expansão, com mudança na visão da empresa: o desafio era transformar o grupo familiar em um negócio sólido, diversificar e ampliar as receitas e começar a formar a sucessão. A família optou, após 2015, por passar a usar financiamento bancário e com isso teve um expressivo crescimento de investimento, receita e lucratividade. A partir do ano de 2008, com a vinda de Caroline Petroll, para a equipe de trabalho, a terceira geração da família passou a atuar no negócio. Caroline é formada em Zootecnia e Agronomia e é mestre em Economia Rural pela Universidade de Viçosa – MG. Atualmente, a empresa é 100% familiar. Três membros da família trabalham no negócio (Rowena e seus filhos Caroline e Renato).

A empresa produz hoje soja, sorgo, milho, feijão, milho semente, gado de corte para exportação e cana de açúcar. A cada ano que passa, a agricultura se torna uma atividade cada vez mais importante em detrimento da pecuária.

● A empresa possui quatro pivots centrais para plantio irrigado, num total irrigado de 445 hectares. Nestas áreas conseguimos  produzir a despeito das intempéries ambientais da região.

● O gado de corte hoje soma aproximadamente 1.600 animais, em criação semi-intensiva (pasto + suplementação) ou intensiva (confinamento). A empresa conta com um confinamento para 1100 animais, que hoje é  utilizado tanto para terminação para abate quanto para preparo de animais para leilão com valor agregado – genética. A empresa vende tanto animais de produção própria (nelore e cruzamento industrial – nelore x hereford), quanto também recria e termina animais de compra.

● A empresa está localizada próximo a uma usina de etanol (DVPA) e por isso mantém um contrato de longo prazo de fornecimento de cana de açúcar com essa usina.

Atualmente (janeiro/2023), as áreas da fazenda estão assim ocupadas:

 

A empresa trabalha com baixa rotatividade de funcionários, que recebem treinamento constante, tanto de segurança do trabalho como para melhoria técnica. Fazemos parceria com instituições como o SENAR, para capacitação constante da equipe.

Além disso, a Agropel é reconhecida como uma empresa ambientalmente responsável. A fazenda preserva 22,62% da sua área, já teve sua licença ambiental renovada, estando em dia com todas as suas obrigações sociais e ambientais.